Muitos dos pais dos pilotos iniciantes de BMX reconheceram o aspecto positivo do esporte e começaram a se organizar para divulgar e promovê-lo. Esse esforço resultou na criação da primeira entidade organizadora do esporte no mundo, a NBL (National Bicycle League), fundada em 1974. Depois desse ponto o BMX caminhou para tornar-se um esporte reconhecido no mundo todo.
No dia 3 de julho de 1978 Orlando Camacho foi convidado pela Monark para chefiar a primeira equipe de BMX Racing da América do Sul. Com grande experiência em competições de ciclismo e com vários títulos conquistados, Camacho convidou garotos do bairro da Mooca, em São Paulo, para participar da equipe.
Na mesma época, a mesma empresa criou uma bicicleta especialmente desenhada para a prática do esporte, que ganhou o nome de BMX. Originalmente ela vinha de fábrica com "tanque", pára-lamas e um banco igual ao de uma moto de motocross.
Durante 7 meses o BMX foi divulgado no Estado de São Paulo em exibições feitas com rampas de madeira, em escolas e praças. A primeira delas foi no Guarujá, no litoral paulista, em agosto de 1978.
Mais tarde, em 1979 foi construída uma pista na Marginal Pinheiros, em São Paulo, próximo à Ponte da Avenida Cidade Jardim. O local contava com obstáculos, curvas e um poço de lama e os pilotos utilizavam bicicletas e equipamentos fornecidos pela Monark, que era a proprietária do local.
Estava criada então a primeira pista para a prática de BMX Racing da América do Sul, junto com a primeira equipe, que contava com os pilotos Formiga, Meio Kilo, Oklinhos, Niltão, Pedrão e Erwin, entre outros.
A partir daí, outras empresas passaram a interessar-se pelo esporte e montaram suas equipes. Novos modelos de bicicletas foram lançados e mais pistas foram construídas por todo o país.
Hoje em dia o BMX no Brasil conta com mais de 1.000 pilotos federados.
Orlando Camacho também foi o responsável pela introdução no Brasil do Freestyle, outra modalidade BMX. Naquele tempo as exibições eram feitas na pista, com os pilotos se equilibrando em cima das bicicletas, em manobras radicais para a época.
Descrição das manobras:
TERMO
|
DEFINIÇÃO
|
180
|
Rotação lateral de meia volta
|
360
|
Uma rotação inteira
|
540
|
Uma rotação e meia. Normalmente realizada em rampa, na qual o atleta faz um 360 e mais um 180 para sair de frente.
|
720
|
Duas rotações inteiras.
|
900
|
Duas rotações e meia. Como o 540 para o 360, é como um 720 com mais meia volta realizado em rampa
|
Abubaca
|
O atleta vai direito à rampa ou obstáculo, coloca a roda de trás no coping ou aresta do obstáculo e volta para trás em fakie
|
Back 180
|
Back flip com meia rotação lateral
|
Back Flip
|
Rotação vertical atrás, tipo cambalhota atrás feita enquanto o atleta ainda está no ar. Em saltos (dirt e rampas de street) o atleta "limpa" o salto e continua
|
Bar Spin
|
Enquanto está no ar, o atleta faz o guiador dar uma volta, sem que ele o esteja a agarrar, voltando a agarrá-lo apenas quando ele completa a rotação. Esta manobra é usada frequentemente em combinação com outras manobras para aumentar a dificuldade e ganhar pontos nas competições (Ex. 360 Barspin)
|
Jump Box
|
Salto usado nas competições de street, composto por uma rampa curva para o salto e uma quase recta para a aterragem, separadas por uma mesa de pouco mais de
|
Can-Can
|
Quanto um atleta tira um pé do pedal e o passa por cima do quadro para o outro lado da bicicleta.
|
Coping
|
Um tubo em metal, cimento ou pvc, que substitui a aresta de topo da rampa, que passa a ser arredondada.
|
Cranks
|
Braços da pedaleira, que saem do eixo ao meio da bicicleta e o unem aos pedais.
|
Decade air
|
O atleta roda 360º fora da bicicleta e em torno do tubo de direcção da bicicletam, segurando no volante, enquanto a bicicleta faz um 180 no ar, entrando de frente na rampa. Em saltos de dirt ou na jump box, a bicicleta não se mexe.
|
Double Can Can
|
O atleta faz um cancan e levanta também o outro pé do pedal, que se junta ao pé que está a fazer o cancan, levantando ainda o rabo do banco para se elevar.
|
Double peg grind
|
Um grind em que ambas as pezeiras raspam no ferro.
|
Dumptruck
|
Manobra de Flatland na qual o atleta está a andar para trás, só na roda de trás, tendo um pé na pezeira e o outro a fazer um scuff no pneu, na direcção em que está a andar.
|
Feeble grind
|
A pezeira de trás a grindar, enquanto a roda da frente está andar em cima do obstáculo.
|
Flair
|
Backflip com uma rotação de 180. Realizada em rampa, faz com que o atleta sai de frente para continuar a sua run.
|
Frontflip
|
Como um backflip, mas em vez de rodar atrás, o atleta dá a "cambalhota" à frente
|
Fufanu
|
O mesmo que o abubaca, só que em vez de sair em fakie, o atleta faz um 180º saindo de frente para a rampa.
|
Fun Box
|
Jump box com quatro lados, isto é, uma rampa de cada lado da mesa, incluída num percurso de street
|
Gap
|
Espaço existente entre rampas ou obstáculos. No dirt, é chamado de canyon.
|
Grind
|
Andar em cima de um corrimão ou na aresta de um obstáculo, de forma a que apenas as pezeiras estão em contacto, raspando nesse obstáculo ou corrimão.
|
Gyrator/Backyard
|
Igual ao Dumptruck, mas a bicicleta está atrás do atleta
|
Half pipe
|
Rampa com a forma de um U, utilizada na vertente de vert
|
Hang five
|
A andar para a frente, só com a roda da frente no chão, com um pé na pezeira da frente, mas com o atleta a permanecer sentado
|
Hitchhiker
|
Manobra de flatland, na qual o atleta anda apoiado nas pezeiras da frente, só com a roda da frente no chão, segurando a bicicleta na vertical, de tal forma que o volante anda muito rente ao chão.
|
Ice pick
|
Grind em que apenas a pezeira de trás está em contacto com o ferro ou aresta, e a roda da frente está no ar.
|
Lip
|
Aresta do topo do halfpipe.
|
Lip trick
|
Qualquer manobra realizada no lip ou perto do lip de um halfpipe
|
Manual
|
Quando um atleta faz um "cavalinho" na plataforma, antes de voltar a entrar na rampa.No street também se faz esta manobra em outros obstáculos, antes de sair dos mesmos. Ex. Num banco ou numa mesa, antes de sair de cima da mesma.
|
No Hands
|
No ar, o atleta larga o guiador da bicicleta e torna a agarrá-lo antes de aterrar
|
No Hander Lander
|
Aterrar uma manobra sem as mãos no volante
|
No Foot
|
No ar, tirar os dois pés dos pedais
|
No-Footer/No-Hander
|
O mesmo que Nothing
|
Nose Wheelie
|
Um "cavalinho" feito com a roda da frente, enquanto se anda para a frente.
|
Nothing
|
Quando um atleta tira as mãos e os pés da bicicleta, de forma a que nenhuma parte do corpo está em contacto
|
One-Footer/One-Hander
|
Sem um pé...e sem uma mão na bicicleta.
|
Quarterpipe
|
Metade de um halfpipe
|
Rocket Air
|
No foot em que o atleta leva os pés às pezeiras de trás e os volta a pôr nos pedais. Pode também ser aterrado com os pés nas pezeiras.
|
Scuffing
|
Usar os pés directamente nos pneus, para fazer a roda andar e dar velocidade sem pedalar. Pode ser também para travar, ou manter a bicicleta parada (stall)
|
Spine ramp
|
Dois quarters colocados de costas uma para o outro. O efeito que dá é uma espécie de onda.
|
Superman
|
No ar, o atleta tira os dois pés da bicicleta e atira-os para trás tanto quanto possível, dando a ideia de ser o superhomem a voar por cima da bicicleta, segurando no guiador.
|
Table Top
|
Salto em que o atleta inclina a bicicleta até ela estar horizontal, no ar, e a endireita antes de aterrar.
|
Tailwhip
|
Enquanto está no ar, o atleta empura o quadro para um dos lados fazendo-o dar a volta ao guiador, enquanto o seu corpo se mantém na mesma posição, à espera que o quadro volte, para então voltar a pôr os pés nos pedais, para aterrar. Tailwhips duplos (duas rotações da bicicleta) também são muito populares, mas extremamente difíceis.
|
Transition
|
Curva da rampa que faz com que o plano passe de horizontal a vertical
|
Truck Driver
|
360 em que o guiador também faz uma rotação de 360 graus em simultâneo.
|
Turndown
|
Em vert, o atleta vir o seu corpo e o volante para baixo, enquanto a bicicleta se mantém orientada para cima.
|
Wallride
|
Andar numa parede ou plano vertical sem transição
|
Whiplash
|
O mesmo que um tailwhip, mas é feito no chão (flatland), a andar para a frente, com os pés nas pezeiras da frente.
|
X-Up
|
Num salto ou aéreo em rampa, o atleta faz o guiador rodar numa direcção tanto quanto possível, sem o largar, voltanto a rodá-lo na direcção oposta, de volta, antes de aterrar
|
Modalidades: